Durante a pandemia da COVID-19, os anestesiologistas enfrentam longas horas de trabalho, o medo de levar a doença para suas famílias e a carga emocional de ser o amigo compassivo de cabeceira de pessoas gravemente doentes cujos membros da família não podem visitá-los.

Essa definitivamente é uma experiência diferente, associada a um elevado nível de alerta e estresse sem precedentes.

A inclinação natural para um anestesista é se apressar para assistir a uma pessoa em situação de risco e emergência. A pandemia trouxe um componente adicional, que se opôs a esta condição. O anestesiologista precisa parar, vestir seus equipamentos de proteção individual, avaliar a situação sob um ângulo de saúde pessoal, para então seguir adiante. Certamente o sentimento e o medo de adoecer permeia o dia a dia deste profissional.

A equipe não deu trégua durante toda a fase mais crítica por que passavam os hospitais, não só a trabalhar na linha de frente da assistência aos pacientes doentes, mas também a cobrir os procedimentos de emergência que continuaram a ocorrer, sobretudo nas áreas de obstetrícia, hemodinâmica e cirurgia oncológica.

Acrescenta-se a parceria incansável da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, através de sua Comissão Científica, que deu total suporte aos profissionais através da publicação de diretrizes e normas de segurança durante a pandemia.

O desafio continua diante de uma enfermidade que reafirmou-nos o valor do trabalho em equipe, da união, do suporte, da liderança que cada profissional precisou desenvolver e sobretudo da solidariedade, do profissionalismo e ética com que estão a tratar o problema.

Parabéns a todos e sigamos adiante.

Zemilson B. Brandão Souza